Introduction

 

Welcome to the website of the Graduate Program in Letters (PPGL) at the Federal University of Rio Grande.


PPGL - FURG, founded in 2001, has two concentration areas - in History of Literature and in Language Studies – offering to the community a wide scope of research in the fields of Letters and Linguistics through the projects of its researchers.

A revista do PPGL-FURG, Cadernos Literários, está com duas chamadas abertas: "Literatura de autoria de mulheres" e "Bruxas, vampiros e zumbis: monstros e monstruosidades na literatura e na produção cultural voltada para crianças e adolescentes"

 

Chamada para os Cadernos Literários - v. 30, n. 1 - 2022

Envio de textos: entre 19 de julho e 30 de setembro de 2022, por meio do sistema de submissão da página eletrônica da revista. Previsão de publicação do dossiê temático: dezembro de 2022

Bruxas, vampiros e zumbis: monstros e monstruosidades na literatura e na produção cultural voltada para crianças e adolescentes

Organizadores: Prof. Dr. Claudio Vescia Zanini (UFRGS), Profa. Dra. Fabiane Resende (FURG) e Prof. Dr. Valter Henrique de Castro Fritsch (FURG)

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O escritor estadunidense H. P. Lovecraft, no ensaio Horror sobrenatural em literatura (2020), destaca que o medo do desconhecido é a emoção mais antiga e mais forte da humanidade. A literatura infantil, desde sempre, caracterizou-se por provocar esse sentimento inerente à condição humana, sendo sempre pródiga em seres monstruosos e vilanescos cuja função é dificultar a jornada dos heroicos protagonistas. Personagens emblemáticas dos contos de fadas como o Lobo Mau, Rumpelstiltskin e a Bruxa que habita a casa de doces em João e Maria marcam o começo de uma tradição que insere em histórias infantis motivos monstruosos que “lembram”, “trazem à mente”, “contam sobre”; “avisam”, “aconselham”, “instruem” e “ensinam”, cumprindo assim as funções indicadas na etimologia do termo “monstro”. Ser impuro e intersticial (CARROLL, 1990), representante da diferença (COHEN, 2000), o monstro resiste a categorizações e delimitações, fascinando e repelindo na mesma medida, porque é criação humana. A presença de motivos monstruosos reverbera desde o início da ficção voltada para crianças e jovens leitores, representando uma maneira simbólica de mimetizar os conflitos internos que a criança e o adolescente experenciam em sua trajetória de amadurecimento (VON FRANZ, 2020). Enfrentar monstros é, segundo Von Franz, iluminar os lugares escuros do inconsciente, revelando medos, traumas e propondo desafios que funcionam como verdadeiras simbologias de passagem para seus leitores. Coelho (2000) também defende o papel do maravilhoso e do fantástico como um elemento fundamental da literatura infantil, devido a sua capacidade de representação e síntese simbólica dos processos internos vivenciados pelas crianças. Contudo, a literatura e a produção cultural contemporânea voltadas para crianças e adolescentes retomaram os motivos monstruosos, invertendo paradigmas e ressignificando o monstro. Em uma verdadeira contaminação pelo oposto dialético, o monstro deixa de ser um adversário e passa a ser protagonista e a ter voz. A bruxa, antes temida, agora é uma figura simpática como nas histórias da Bruxinha de Eva Furnari, Bruxa Onilda de Roser Capdevila e Enric Larreula, ou mesmo na dramaturgia de Maria Clara Machado com seu já clássico A bruxinha que era boa. A ficção de fantasia aproxima a bruxaria da simpatia na saga Harry Potter de J. K. Rowling, em Maligna de Gregory Maguire, ou nos filmes da personagem Malévola de 2014 e 2019. Fenômeno semelhante ocorre com os vampiros: se antes Drácula, Nosferatu, Lord Ruthven e Lestat articulavam desejo e repulsa, hoje eles inspiram empatia, como na saga Crepúsculo de Stephanie Meyer, nos filmes Hotel Transilvânia, ou em O vampiro Argemiro de Dilan Camargo. A presente edição dos Cadernos Literários convida os autores interessados a enviarem textos que dialoguem com a presença dos motivos monstruosos na literatura e na produção cultural voltadas para crianças e adolescentes. Romances, contos, quadrinhos, animações, peças de teatro, filmes e séries são possibilidades de discutir o papel que os monstros têm na produção contemporânea e, como defende Hunt (2010), de entender de que forma os leitores selecionam universos ficcionais que fazem sentido para determinada geração, criando um verdadeiro mainstream que tem definido a cultura e a arte produzidas para esse público.

REFERÊNCIAS:

CARROLL, Noël. The philosophy of horror, or Paradoxes of the heart. New York: Routledge, 1990.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.

COHEN, Jeffrey Jerome. A cultura dos monstros: sete teses. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org. e Trad.). Pedagogia dos monstros: os prazeres e perigos da confusão de fronteiras. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 23-60.

HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

LOVECRAFT, H P. Horror sobrenatural em literatura. São Paulo: Iluminuras, 2020

VON FRANZ, Marie-Louise. A sombra e o mal nos contos de fada. São Paulo: Paulus, 2020.

 

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Chamada para os Cadernos Literários - v. 30, n. 2 - 2022

Envio de textos: entre 19 de julho e 30 de setembro de 2022, por meio do sistema de submissão da página eletrônica da revista.

Literatura de autoria de mulheres

Organizadoras: Profa. Dra. Eliane Campello (FURG) e Profa. Dra. Rosana Cássia dos Santos (UFSC/CNPq)

Neste número, queremos dar ênfase à “Escrita feminina”, uma das linhas de pesquisa do Programa de Pós-graduação em Letras – História da Literatura, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Nosso intuito é o de instigar a reflexão crítica no campo da produção literária de autoria de mulheres. As autoras estudadas podem ser de qualquer tempo e de qualquer nacionalidade e as obras sob análise podem ser vinculadas a qualquer dos gêneros literários. O cânone literário estabelecido com base em valores oriundos da produção de homens brancos, especialmente, vem sendo abalado, cada vez com mais intensidade, pela produção de mulheres de variadas etnias, gêneros e classes sociais, nacionalidades, sexualidade e crenças religiosas. A pauta atual é a diversificação, a interseccionalidade, a resistência, a ruptura e a desconstrução de verdades hipotéticas preestabelecidas. Na medida em que narrativas e poemas até então silenciadas/os pela história da literatura dita oficial, apenas devido ao fato de terem sido escritas/os por mulheres, vêm à tona, via o processo analítico é que se desvela a transgressão e a consequente reversão do cânone.  Nessa perspectiva, é produtivo buscar, na produção ficcional de mulheres, as singularidades temáticas e estéticas, bem como estabelecer o diálogo entre experiência de vida, identidade e (in)(ex)clusão. São inúmeros os lugares de fala e as vozes: tendem ao infinito as significações explícitas e as por serem desveladas. Impossível pensar em uniformidade dos textos literários de autoria feminina. Por esta razão, sugerimos algumas possibilidades de abordagens a narrativas, poesias, slams etc., com relação a tradições escritas e orais, expressões do corpo, processos decoloniais, resistência, transfeminismos, traumas e autorrepresentação. As produções literárias de autoria feminina serão, certamente, (re)avaliadas com honestidade e competência pela alta qualidade da exegese das/os colaboradoras/es neste número dos Cadernos Literários.

 

Informações:

https://periodicos.furg.br/cadliter/announcement/view/321

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