Tese - "Ser ou não ser literatura? Eis a questão", a leitura de folhetins em Rio Grande no século XIX

Autor: Juliane Cardozo de Mello (Currículo Lattes)

Resumo

Nesta tese pretendo analisar a circulação de obras literárias em Rio Grande (RS), uma vez que a cidade caracterizava-se, no século XIX, como um centro cultural, no qual os habitantes liam e possuíam livros em suas bibliotecas. O recorte temporal que utilizo compreende, majoritariamente, a segunda metade do século, pois o número de livros e de leitores cresce, devido à existência de um público consumidor e também pelas condições econômicas e tecnológicas favoráveis à circulação de livros. Dessa forma, busco, neste estudo, expor um perfil do leitor rio-grandino, analisando a literatura e os seus polissistemas (ZOHAR, 1990), através da análise da presença de obras literárias em inventários, nos acervos dos livreiros, dos romances disponíveis no Gabinete de Leitura e, principalmente, dos folhetins publicados nos periódicos locais, por meio de reflexões acerca das traduções de autores europeus, com destaque para os franceses, e sobre as obras de autores locais que se valeram dos romances que liam e que traduziam para criar textos que se aproximassem dos folhetins de grande sucesso. Proponho-me, portanto, a vislumbrar a literatura através dos pressupostos da leitura, da circulação de impressos numa perspectiva que evidencia a globalização da cultura, a partir dos estudos de Abreu (2016), Oliveira (2016), Mollier (2016), etc., já no Oitocentos, com intuito de repensar as matrizes nacionalistas e regionais consagradas pela História da Literatura.

TEXTO COMPLETO - V. 1
TEXTO COMPLETO - V. 2

Palavras-chave: LiteraturaHistória da literaturaFolhetinsLeitoresRio Grande (RS)