Dissertação - Uma leitura de Isobel Gunn de Audrey Thomas no contexto do travestismo no discurso feminino

Autor: Paula Pich Garcia (Currículo Lattes)

Resumo

O travestismo feminino é um tema recorrente na história da literatura. Contudo, não encontramos tantos estudos quanto a relevância da temática sugere, e a maioria daqueles realizados não leva em consideração o histórico do motivo. Nesse trabalho, percorremos práticas representativas do travestismo feminino na literatura, num estudo diacrônico da figura, delineando um caminho para a investigação da problemática no discurso feminino. O travestismo, no contexto discursivo feminino, significa uma importante estratégia de (des)construção de possibilidades identitárias para o ser mulher. A obra escolhida para analise é o romance Isobel Gunn (1999), da escritora canadense Audrey Thomas. Na proposta artística dessa narrativa, Thomas apresenta técnicas de travestismo que desestabilizam a noção cultural de gênero e agenciam a autonomia identitária do sujeito feminino. Verificamos nesse estudo como o signo do travestismo, inserido em ambiente literário de inter/invenção feminina, realiza relevantes contribuições para o debate crítico feminista atual, dentre os quais estão as relações de gênero, a busca da identidade autêntica, e o papel da narrativa nessas questões. Na leitura do texto, focalizamos os processos de tecnologia de gênero, presentes em Isobel Gunn numa abordagem que aponta possibilidades de interferência e subversão nas suas relações com a visão tradicional. Nosso embasamento teórico ancora-se nas perspectivas dos estudos femininos da contemporaneidade e nos princípios da hermenêutica moderna.

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Palavras-chave: LiteraturaDiscurso femininoTravestismo femininoEstudos de gêneroGunn, Isobel, 1781-1861