Dissertação - Representações de gênero na obra Quarto de despejo

Autor: Giselle Silveira da Silva (Currículo Lattes)

Resumo

Em seu livro Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960), Carolina Maria de Jesus, mulher negra, mãe de três filhos, catadora de material reciclável e com pouca escolaridade relata o dia-a-dia na favela do Canindé. Ao longo da obra, Carolina, além de se apresentar como personagem protagonista daquele diário, traça para o público a representação dos demais moradores da favela, a partir das relações de gênero e poder. Sendo assim, essa dissertação tem como objetivo analisar, partindo do viés da ginocrítica e dos Estudos de Gênero, as representações de gênero, femininas e masculinas, construídas através do discurso da autora no seu diário, o Quarto de Despejo, e de como ela, Carolina constrói a sua representação dentro deste espaço, levando em conta todas as particularidades acerca do gênero em questão e das vivências e contexto de produção dessa mulher. Para tanto, partindo do viés da ginocrítica, sob o olhar de Elaine Showalter, que compreende o sujeito feminino dentro de seu contexto de produção específico e de sua cultura particular, serão usados como referenciais teóricos os estudos acerca do diário enquanto gênero literário e escrita de si feminina, a partir de Michelle Perrot, Philippe Lejeune e Mercedez Arriaga Flórez, e das representações de gênero, estudos de gênero e relações de poder, a partir dos trabalhos de Simone de Beauvoir, Michel Foucault, Judith Butler e Marcela Lagarde.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: Literatura brasileiraRepresentações de gêneroGinocríticaAutobiografiasJesus, Carolina Maria de, 1914-1977